quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Sem esgotos Rio Pinheiros teria apenas 20% do volume!

O Rio Pinheiros tem 26 km. Ele nasce na Represa Billings, na Zona Sul, com o nome de Jurubatuba. Na região de Santo Amaro, ele se encontra com o Rio Guarapiranga e, a partir daí, passa a ser chamado de Pinheiros, até desaguar no Tietê, na altura do Cebolão, na Zona Oeste de São Paulo.

Assim como o Tietê, o Pinheiros é considerado um rio de “classe 4”. Isso significa que a água é totalmente poluída, quase impossível de ser tratada. A quantidade de esgoto que ele recebe é o maior problema.

De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Pinheiros recebe esgoto dos prédios, das casas e também das indústrias. “Ainda vem através de córregos, de galerias e de ligações clandestinas em galerias”, diz Antônio César da Costa e Silva, diretor executivo da Sabesp.

Um detalhe interessante: se não fosse o esgoto, o rio seria mais parecido com um córrego, teria apenas 20% do volume de água. As consequências das intervenções sofridas pelo rio não param por aí. O traçado dele mudou e até o curso deixou de ser natural.

O rio que corria para o Tietê, passou a ir para a Represa Billings. A reversão foi para manter a represa cheia e aumentar a produção de energia na usina de Henri Bordem, na Baixada Santista. Essa foi uma idéia que deu certo, até que o rio ficasse poluído por causa do crescimento desordenado da cidade.

“A consequência disso é que a Represa Billings é hoje bastante poluída, e isso limita o uso dessa represa para o abastecimento público de água”, diz o ambientalista.

Atualmente, a reversão só pode ser feita em caso de enchente. E, assim, o Pinheiros, represado por três usinas - a do Cebolão, a de Traição e a de Pedreira -, se transformou em uma grande lagoa.


Despoluição

Uma das soluções para salvar o rio é tratar todo o esgoto que chega até ele. Outros projetos estão em teste. Um deles é o da flotação, que usa produtos químicos para limpar a água.

Mas a mais nova iniciativa para a limpeza do Rio Pinheiros é um barco batizado de “cata-lixo”. Um protótipo ainda está em fase de teste. O funcionamento é simples: com a ajuda de duas pás e uma esteira, que ficam na ponta da embarcação, o equipamento retira a sujeira que está na superfície, o chamado lixo flutuante. Dentro do barco, cabem seis toneladas de resíduos.

A população também precisa se conscientizar para garantir a “ressurreição” do Pinheiros. “O rio é um dos elementos mais poderosos para melhorar a convivência entre as pessoas e a convivência com os elementos naturais que existem nas cidades”, diz Nakano.

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