quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

O que precisa ser feito?

Para Peter Spillett, diretor de Meio Ambiente, Qualidade e Sustentabilidade da Thames Water, a empresa de saneamento de Londres, o Rio Tietê precisa de um novo sistema de esgoto."São Paulo precisa de um sistema coletor que intercepte todo o esgoto que é lançado no rio e o leve para estações de tratamento. É uma solução de longo prazo e bastante cara. Então, há muitas questões políticas que dificultam isso."

Spillett confirma as previsões dos especialistas brasileiros e diz que, com a construção de uma infra-estrutura moderna de coleta e tratamento de esgoto, o processo de despoluição do rio vai durar mais de dez anos – ou cerca de três mandatos políticos.

As dificuldades de se articular um programa eficiente de longo prazo como este são evidentes. Como isso foi resolvido em Londres?

"O Tâmisa teve o respaldo de vários períodos de investimentos pesados, seguidos por outros menos generosos. Essa infra-estrutura já existente acelerou a limpeza dele a partir da década de 1950", explica Spillett.

Outro fato que facilitou a despoluição do Tâmisa, esse impossível de ser copiado no Brasil, foi o fato de ele ser um rio que deságua diretamente no mar e, por isso, sofrer influência direta das marés.

"O efeito contínuo das marés sobre o Tâmisa é como uma descarga, que acaba levando a sujeira para o mar. Assim, uma vez interrompido o lançamento de dejetos, a natureza fez o resto."

No Tietê e no Pinheiros, Spillet prevê ainda a necessidade de dragagem em vários pontos para retirar camadas de resíduos que se depositaram no fundo do rio durante as décadas de poluição acelerada.

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